Soneto de Trapos
Descubro palavras sombrias
no meu primeiro soneto
emoções sangrando caídas
nas ruas, nos becos, no gueto.
Fugia-me a lua e as estrelas
contemplava os sem sonhos
estátuas de silêncio sem caras
ricos cegos nos castelos.
Era magro e frio meu olhar
pensamentos sofridos
com tantos sem pão, sem tostão.
Vestia de trapos e cacos a poesia
em prantos com a multidão
por um pedaço de chão.
23/07/08