Pluma
Demais sutil, a vida, fina pluma
que escapa de uma ave, enquanto adeja,
no céu azul, levíssima e sobeja,
e cai na cachoeira, que se espuma.
Mais breve que o cantar da triste anhuma
que leva o vento, que distante andeja,
que a relva tange, enverga, rumoreja,
e atravessando o vale se avoluma.
É frágil, muito frágil, quase nada,
efêmera, também, mais delicada
que a pena branca e leve de uma garça.
Cuidemos, pois, do espírito – que é forte –
que sobrevive à tudo, à própria morte
que chega sem convite e a tudo esgarça.
Brasília, 17 de Setembro de 2.016
Caixa de Pandora, pg. 35
Demais sutil, a vida, fina pluma
que escapa de uma ave, enquanto adeja,
no céu azul, levíssima e sobeja,
e cai na cachoeira, que se espuma.
Mais breve que o cantar da triste anhuma
que leva o vento, que distante andeja,
que a relva tange, enverga, rumoreja,
e atravessando o vale se avoluma.
É frágil, muito frágil, quase nada,
efêmera, também, mais delicada
que a pena branca e leve de uma garça.
Cuidemos, pois, do espírito – que é forte –
que sobrevive à tudo, à própria morte
que chega sem convite e a tudo esgarça.
Brasília, 17 de Setembro de 2.016
Caixa de Pandora, pg. 35