REBANHO


Perdura ao vulgo a decepção, receios,
E o dia dói no espírito rendido –
Os horizontes dum porvir perdido
Inspiram culpa e vergonha sem freios.

Dos mais servis mais gritos, nomes feios
E o que se aprende a repetir, balido
Em tudo a tal rebanho combalido
A voz do gado, passiva e sem meios.

São dias de esquecer o que se foi
No curso dumas distrações cediças
Ousando amenizar o que os corrói.

Em breve outro futuro por premissa
É proposto, da dor que já destrói
Nem resta mais resquício à grei submissa.


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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 07/09/2016
Reeditado em 15/02/2017
Código do texto: T5753135
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