RESPINGOS



É bem seu desdizer em tintas do erro
Que a razão não perdoa – eu penso nisso
Meditando sem bando após seu berro
– ou balido – de empréstimo, cediço.
A verdade está torta, é o que me pinta
Em seu rubro, moldura acusa tela.
O real não se agiganta embora minta
À medida em que o real de si revela.
Insinua certezas por respingos
Mais canhestros que hilários – o imperfeito
Tem seus cúmplices, teme até os domingos
E panelas em fúria, há que ter peito.
Penso nisso e não digo que me agrada
Um talento perdido assim, por nada.


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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 02/08/2016
Código do texto: T5716868
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