Cruz credo!
Versando inversamente eu me viro
me atiro qual mendigo mundo a fora.
Até a aurora, que do meu amanhã é outrora,
não namora com meu verso... Eu piro
e giro no meu mundo versejado
com o fardo de rimas cor da flora,
que cora vendo o verso estrambelhado
pintado sem a cor de uma amora.
Perdi, perdi o fio da meada!
Ficou encarnada a rima, de vergonha,
e de pamonha ela me chama, atordoada,
que está cansada e que nunca troco a fronha
e que tem peçonha, meu soneto, e lhe dá medo.
Cruz Credo! Fazer melhor não sei o segredo!
Josérobertopalácio