Cruz credo!

Versando inversamente eu me viro

me atiro qual mendigo mundo a fora.

Até a aurora, que do meu amanhã é outrora,

não namora com meu verso... Eu piro

e giro no meu mundo versejado

com o fardo de rimas cor da flora,

que cora vendo o verso estrambelhado

pintado sem a cor de uma amora.

Perdi, perdi o fio da meada!

Ficou encarnada a rima, de vergonha,

e de pamonha ela me chama, atordoada,

que está cansada e que nunca troco a fronha

e que tem peçonha, meu soneto, e lhe dá medo.

Cruz Credo! Fazer melhor não sei o segredo!

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 15/07/2016
Reeditado em 17/07/2016
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