CONFISSÃO
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Ai, que ai tão doído são os meus ais
Que nem mesmo eu os suporto mais
Ai, ai, ai, meu Deus quem me dera
Que meus ais eu então suportasse
Para que em meu peito se transformasse
Em calma e conforto ao invés de quimera.
Ai de mim, pois não sou capaz
E meus ais cada vez doem mais
Dilacerando todo o meu peito
São ais de angústia, solidão e saudade
Ais de desprezo, ais de dor e maldade
Ai que já sinto ser um caso sem jeito.
Ai, ai, ai e todos os outros ais
Insistem em não me deixar jamais
São ais constantes, ai que vem, ai que vai.
Ai meu Deus, só tu que és perfeito
Será que não existe mais jeito?
Ou será para sempre, ai, ai, ai, ai!
Ignácio Santos.