LUZ DOS OLHOS
Tens na face, dois lagos de ternuras
Onde pontilhas mágoas dos dias teus
E na tristeza infinda em que perduras
Haverá sempre um toque de adeus
Tens amor em plenitude e, no entanto
Guardas no silêncio, teu brilho a sós...
E no doce enleio desse evasivo canto
Soluças tristezas de um acalanto algoz
Na luz dos olhos que em vão, apagas,
Há fugidias expressões, alado guizo
Sob secretas quimeras de um sorriso
E resplandecem em querências vagas,
Na efemeridade nívea de um desejo,
A breve claridade em divinal lampejo.