Soneto de Persistência
Tanto que pedi... Mas, foi tudo em vão.
Acabei mudo aos pés de um calabouço
cujas pedras das paredes serão
o silêncio das horas que não ouço.
Pedi que me cortassem do pescoço
a mais forte das cordas de algodão.
Tanto que me prendi, me achando moço;
Quanto me arrependi, não após não.
A cada bater de asas do nariz,
senti findo o caminho desejado
por aquele que nunca foi feliz.
E mesmo assim, partindo, já sem norte,
sentindo já da morte o laminado,
entalho a certeza de ser mais forte.