Cinza
Na distração, eu fujo de mim.
E distante da minha destruição,
desarmo minha própria distopia.
Desabo, e disto desta eterna distonia.
Meu sangue é a nascente do Aqueronte.
Eu banho os filhos de Hades.
Meus invernos, são primaveras no inferno.
Meus vazios eternos, lá são versos.
Arrisco um rascunho do meu rosto,
rastejo entre minhas raízes mortas
e rezo.
Esqueço tudo na primeira quimera,
na alma de um whisky e no corpo de Cristo,
eu peco.
(Paulo Lennon)