Quisera
Edir Pina de Barros
O rio busca o mar profundo e vasto
rasgando matas, vales e lajedos,
pedreiras, travessões, mil atoledos
e férteis campos, onde viça o pasto.
Prossegue, a atravessar terreno gasto,
carrega folhas mortas de arvoredos,
e não externa, não, receios, medos
das mágoas, que deixou no próprio rasto.
E vai buscar, adiante, o mar profundo
prossegue, até que um dia, moribundo,
alcança, além – no mar – a finitude.
Quisera ser um rio e me escumar,
mo leito de teu corpo - verde mar -
no pélago sem fim da plenitude.
Brasília, 21 de Maio de 2016.
Edir Pina de Barros
O rio busca o mar profundo e vasto
rasgando matas, vales e lajedos,
pedreiras, travessões, mil atoledos
e férteis campos, onde viça o pasto.
Prossegue, a atravessar terreno gasto,
carrega folhas mortas de arvoredos,
e não externa, não, receios, medos
das mágoas, que deixou no próprio rasto.
E vai buscar, adiante, o mar profundo
prossegue, até que um dia, moribundo,
alcança, além – no mar – a finitude.
Quisera ser um rio e me escumar,
mo leito de teu corpo - verde mar -
no pélago sem fim da plenitude.
Brasília, 21 de Maio de 2016.
Tela: Jim Warren
Lira insana, 2016: pg.32
Lira insana, 2016: pg.32