Sobre a dor (4)
Edir Pina de Barros
Por mais que eu cante a dor, eu não a toco,
porque, na sua essência, é irmã da brisa
que sobre o espelho d’água se desliza
ou beija a branca neve, cada floco.
Por mais que a cante nunca se ameniza
a dor, que em cada verso sempre invoco,
porque não tem matéria, núcleo ou foco,
nem tem começo ou fim, não tem divisa.
A dor que causa em nós voraz miséria
e deixa tantas marcas na matéria
é coisa d’alma, filha da cobiça.
O humano coração é a sua messe,
por isso nunca finda ou se arrefece,
renasce mais que praga e sempre viça.
Brasília, 10 de Maio de 2016.
Edir Pina de Barros
Por mais que eu cante a dor, eu não a toco,
porque, na sua essência, é irmã da brisa
que sobre o espelho d’água se desliza
ou beija a branca neve, cada floco.
Por mais que a cante nunca se ameniza
a dor, que em cada verso sempre invoco,
porque não tem matéria, núcleo ou foco,
nem tem começo ou fim, não tem divisa.
A dor que causa em nós voraz miséria
e deixa tantas marcas na matéria
é coisa d’alma, filha da cobiça.
O humano coração é a sua messe,
por isso nunca finda ou se arrefece,
renasce mais que praga e sempre viça.
Brasília, 10 de Maio de 2016.
Lira insana, 2016: pg. 55