SONETO DO TEU PAR DE OLHOS DOIDOS
Neste par de olhos doidos que me pus
a enveredar-me pela luz liberta.
E quando longe expressa a dor deserta
que afugenta o distante e a busca induz.
Pois em ti antiga lira me traduz
já tão sabida d'arte vem e acerta
e os parafusos soltos, ela aperta
e para ti altas músicas produz.
Cravaram em mim como tatuagem.
São puros lumes fortes, coruscantes
num contemplar de inteira paisagem.
Assim me guio e com toda coragem
eu vou-me bem atrás, olhos marcantes,
que me dão gana e beijos na bagagem.
Neste par de olhos doidos que me pus
a enveredar-me pela luz liberta.
E quando longe expressa a dor deserta
que afugenta o distante e a busca induz.
Pois em ti antiga lira me traduz
já tão sabida d'arte vem e acerta
e os parafusos soltos, ela aperta
e para ti altas músicas produz.
Cravaram em mim como tatuagem.
São puros lumes fortes, coruscantes
num contemplar de inteira paisagem.
Assim me guio e com toda coragem
eu vou-me bem atrás, olhos marcantes,
que me dão gana e beijos na bagagem.