RECAINDO
RECAINDO
É típico! Vez ou outra, vez em quando,
Admito estar perdido, mas me agarro
Àqueles velhos ídolos de barro,
Cujos cacos me vejo em vão juntando.
Há muito tempo já atravessando
Às mesmas desventuras que ora narro,
Tão mortas quanto as flores que no jarro
Pus como se a um túmulo enfeitando.
Sinto-me como se estivesse caindo
Só que n'um abismo escuro e sem fim,
Para me espatifar dentro de mim.
E tudo o qu‘inda resta, embora lindo,
É esse desencanto cheio de dor
Por tão-só viver a morrer de amor.
Betim - 30 12 2010