VELAS BRANCAS

VELAS BRANCAS

Saveiros, abri velas de partir!

Descendo o rio rumo ao mar da baía.

Fazei-me da paisagem poesia

N'um instante parado, sem porvir.

Vinde ver, vós que amais me confundir,

Enquanto, a todo pano, a ventania

Leva já envergando àquela via

As barcas que transportam o existir.

Sim, eu não sou d'aqui... Não sou do mar!

Sou marinheiro só, só a marear

No balanço das ondas indo e vindo.

Porque bem aprendi a ver e a amar

As velas brancas longe e além partindo

Para mostrar aos olhos quanto é lindo.

Ilhéus - 20 07 2011