AOS BEIJOS

AOS BEIJOS

Que seja doce teu beijo em minha boca,

Embora as acres lágrimas ao rosto...

Conheça eu de teu corpo o amargo gosto,

Ao te provar a pele que me toca.

Isso implica deixar a cabeça oca;

Seguir do coração o ritmo posto.

Para haver-te o calor tal como gosto

Quando o teu olhar óbvio me provoca.

E, em transes de ternura desmedida,

Acarinhar-me o peito cuja ferida

Cicatrizasse rubra entre teus dedos.

Ou, displicentemente, pôr-te nua

Face ao afã que, contudo, continua

Oculto em fantasias e segredos.

Betim - 09 01 2015