A MOÇA SEM BRINCO E COM POESIA - Arte de José Augustho Marques, o caro amigo pintor, poeta e crítico de artes Zé Poesia (RS).





LEVANTA-TE!* [648]
 


 
Se levar tropicões, já me levanto;
dum penhasco rolando, me machuco;
com teus olhos nos meus, eu bebo suco
e das nuvens caindo dá-me espanto.
 

Aquecido de amores, me acalanto,
seja aqui ou num bar, em Pernambuco;
atinando melhor, não sou maluco
e, sem ti, já sequer eu canto um canto.
 

Lá, no chão, me convém é levantar-me,
sem que seja preciso dar alarme
nem bradar meu jargão publicitário.
 

O que for necessário faz-se inciso.
Tu caíste?  Levanta-te! Preciso
ver-te os ossos do ser no calendário.
 

Fort., 11/03/2016.

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(*) O soneto atual é uma nova versão que achei por bem oferecer a este, que segue, já publicado aqui mesmo, no Recanto das Letras. Pior, ou menos ruim, o antigo vai apenas para ser cotejado com a verdade.

VERSÃO ANTERIOR



621 LEVANTAR-SE
 
Se tombar de topada, me levanto;
da janela caindo, me machuco;
com esporas às pernas, me cutuco,
e, dum alto a ruir, não me garanto.
 
Caso tenha mais sorte, me acalanto,
seja aqui ou, então, em Pernambuco;
meditando, talvez, não sou maluco,
ou, biruta, quiçá, não vá a tanto.
 
Desabando, preciso levantar-me,
sem que seja forçoso pôr alarme
num gesto singular, porque urgente.
 
O que for necessário tem de inciso:
se eu cair, já levanto, que preciso
ver-me a cara de herói num diligente.
 
Fort., 09/11/2015.

 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 11/03/2016
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5570339
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