ICEBERG
ICEBERG
A grande massa segue o seu declínio:
Um monte branco em mar azul-escuro...
Ela vai à deriva, sem apuro
Em surgir no horizonte retilíneo.
À luz, desde o branquíssimo ao alumínio
Transcende a vã matéria em estado puro.
Qual viagem sem passado nem futuro,
Vendo a vida passar sob escrutínio.
D’uma ilha subantártica, um farol
Sinaliza a raríssimos navios,
Ainda que à meia-noite o baço sol
Surpreenda n’estes mares tão vazios,
Bem ao largo das rochas d’esse atol,
A geleira flutuando aos ventos frios.
Betim - 25 04 2014