SONETO POR MIM e POR CAMÕES
Foi de um camoniano verso puro
que me fez ir com todo amar asinha,
para que isso ficasse no agorinha
e posto o coração contra o que é duro.
Todo eu a amá-lo, o seu grande alma minha.
Que li e logo o vi em grande e triste apuro,
coisas que nesta vida são o escuro.
Pois perder o amor é sumir a vinha.
Se somem e vão para o luminoso,
tornando-nos assim tão machucados,
lembrem-se mesmo dele, do glorioso.
Que viram nestes versos tão atados,
e todos de vocês, lembrar formoso,
que nos deixaram muito sufocados.
Asinha: adv. depressa, com brevidade.