Soldados, marinheiros lusitanos
De álcool e de ódio embriagados
Derrubam portão de ferro, insanos,
E, vêem-se noutro portão enclausurados:
É o acesso interno do templo baiano
Onde freiras e o Sacrário postados
Vivem o Cristo no cotidiano
Dos dias humanos atormentados.
A Madre, brada: “Para trás, bandidos.
A Casa de Deus, ao menos, respeitai.
Aqui jamais entrareis, recuai”.
À baioneta, o corpo santo cai...
Fogem as freiras com gestos sofridos
Da fúria dos soldados entretidos[1].
(Publicado no livro "CORPOS MARCADOS", editora Scortecci, 2017, p. 47, autoria de Carlos Fernandes).
De álcool e de ódio embriagados
Derrubam portão de ferro, insanos,
E, vêem-se noutro portão enclausurados:
É o acesso interno do templo baiano
Onde freiras e o Sacrário postados
Vivem o Cristo no cotidiano
Dos dias humanos atormentados.
A Madre, brada: “Para trás, bandidos.
A Casa de Deus, ao menos, respeitai.
Aqui jamais entrareis, recuai”.
À baioneta, o corpo santo cai...
Fogem as freiras com gestos sofridos
Da fúria dos soldados entretidos[1].
[1]Com o ato heroico da Madre, as freiras do Convento da Lapa ganham tempo e conseguem fugir da fúria dos soldados: suas vidas, portanto, foram salvas enquanto os soldados à golpes de baioneta assassinavam a Madre Joana Angélica de Jesus.
(Publicado no livro "CORPOS MARCADOS", editora Scortecci, 2017, p. 47, autoria de Carlos Fernandes).