Pequena espera
Sem receio, liberto do medo e com vontade de nada,
Apaixonado e pobre o garoto está triste e, só, chora,
Soluça muito. Fútil oração desesperadora,
Pede com amargurado desejo, que sua nova amada,
Ardil princesa, faça algo que não lhe deixe magoado,
Nunca mais o torture... Espera que a ferida cure.
Pede que ela, Medusa pura, quase insensata, jure
Ceder-lhe mil tons lúdicos no úmido lábio angustiado.
São fracas as virtudes na vida que vingam errado.
Nasce a dor tida frívola em gestos raros de maltrato.
Cresce rude. Desperta fria e tosca, ruma à própria sorte.
A fuga ao fim começa: lágrimas furam chão molhado;
Fugaz a depressão que assola o solo. Punir o tato
Que prefere amor único no quente peito da morte!
(Gabriel Mayer, 02/04/07)