AUTOBIOGRAFIA - prólogo

AUTOBIOGRAFIA - prólogo

Não que agora me ocupe da posteridade

Ou seu superficial juízo sobre tudo.

Reconheço, porém, que tampouco me iludo

D'eu haver alcançado alguma vã verdade.

Se falo é porque fui aonde a alma alto evade

Ou simplesmente o corpo ainda não é mudo

Eu não salvo ninguém. Nem sequer me autoajudo.

Também não revisito os postais da cidade.

Vende-se livros? Sim. Muito embora se admita:

Toda bela mentira há tempos já foi dita

E toda boa história há tempos foi contada.

Deveras, falo muito e sobre quase nada...

Mesmo assim sei quem sou: Não mais que outra esquisita

-- Mas muito interessante!... -- história inacabada.

Belo Horizonte – 10 06 2001