Canção da Desolação

A branda sinfonia já não soa.

Nem mesmo um sino dobra à humanidade.

Calou-se a voz de Deus, a voz tão boa

Cantamos sós, sem sóis, nossa verdade.

A dor, essa canção em desatino,

Mas que pra a alma do Ser é uma porta!

E cuja ultima nota, a que conforta,

- Fermata nas mãos surdas do destino.

Pois canto que meu canto em algum canto

Reboará no Olvido e pelo ouvido;

Rememorando o que se esquece tanto:

Se crês que teu clamor será ouvido

Abate a voz da esp’rança com teu pranto...

Ind’antes que ela quede-te abatido!

Caio Batista
Enviado por Caio Batista em 31/10/2015
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