Canção da Desolação
A branda sinfonia já não soa.
Nem mesmo um sino dobra à humanidade.
Calou-se a voz de Deus, a voz tão boa
Cantamos sós, sem sóis, nossa verdade.
A dor, essa canção em desatino,
Mas que pra a alma do Ser é uma porta!
E cuja ultima nota, a que conforta,
- Fermata nas mãos surdas do destino.
Pois canto que meu canto em algum canto
Reboará no Olvido e pelo ouvido;
Rememorando o que se esquece tanto:
Se crês que teu clamor será ouvido
Abate a voz da esp’rança com teu pranto...
Ind’antes que ela quede-te abatido!