O SUICIDA
O SUICIDA
A vida desgraçada que tiveste
Talvez sequer mereça algumas linhas
Pois, quer sejam alheias; quer sejam minhas
Mal disfarçam os males d'uma peste.
A verdade é que quanto aqui viveste
Serve de alerta às almas mais sozinhas
E as misérias que n'elas adivinhas
Fazem de ti exemplo hoje inconteste.
Porque és o que serão se como tu
Viverem suas vidas na esperança
De enfrentar os mais vis a peito nu.
Não obstante, revês macabra dança
De ti com tua sombra onde o tabu
D'aquele que no abismo enfim se lança.
Betim - 28 10 2015