Inferno e paraíso
Edir Pina de Barros

De tanto procurar-te ando perdida,
nem vejo mais o teu formoso rosto,
pisando pedras, farpas, por suposto,
perambulando ao léu, sem ter guarida.
 
Buscar-te sempre além – a minha lida –
a saga que o destino tem me imposto,
peregrinar tão só, de agosto a agosto,
sentindo uma saudade desmedida.
 
E todos me perguntam por que andejo
se perambulo tanto e não te vejo,
nem vejo, nunca, a luz de teu sorriso.
 
Respondo então que amar é mesmo assim,
é mel e fel, princípio, meio e fim,
é luz e breu, inferno e paraíso.
 
Brasília, 28 de Outubro de 2015.
Lira insana, 2016: pg. 84
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 28/10/2015
Reeditado em 05/09/2020
Código do texto: T5430324
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