PODER SEM PUDOR

PODER SEM PUDOR

A despeito de nomes tão pomposos

E das palavras sempre tão sensatas,

Nada mascara mais, nem as bravatas

Ditas como ao pleno êxtase dos gozos.

De facto, estes são tempos perigosos...

Com prodigalidade de magnatas,

Sabem se revestir d'ouros e pratas,

Ainda que a verdade os torne odiosos.

Renúncia e impedimento lado a lado

Têm sido especulados sem que ainda

Se vislumbre o futuro do passado.

E é com máxima audácia que um nos brinda:

--"À angústia do estertor desarvorado

Que, inopinadamente, a vida finda!..."

Betim - 13 10 2015