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ITINERÁRIO ETÍLICO [600]
Bem compreendo que beber é erro,
e tomo todas*, quando estou mais triste,
abandonado feito algum bezerro,
sem dele a mãe, que já sequer existe.
Falto de afagos, grande fossa em riste,
de bar em bar, então resulto perro.
E nem de alguém careço que me liste
os passos tortos que vão dar num cerro.
Na curtição, só há lembranças tuas;
de contrapeso, as dores da saudade.
Aí me afogo fundamente em mágoas.
Taças tomadas, já me largo às ruas:
falsa ilusão de ter mais liberdade,
que de outros copos caio lá nas águas.
Fort., 23/08/2015.
ITINERÁRIO ETÍLICO [600]
Bem compreendo que beber é erro,
e tomo todas*, quando estou mais triste,
abandonado feito algum bezerro,
sem dele a mãe, que já sequer existe.
Falto de afagos, grande fossa em riste,
de bar em bar, então resulto perro.
E nem de alguém careço que me liste
os passos tortos que vão dar num cerro.
Na curtição, só há lembranças tuas;
de contrapeso, as dores da saudade.
Aí me afogo fundamente em mágoas.
Taças tomadas, já me largo às ruas:
falsa ilusão de ter mais liberdade,
que de outros copos caio lá nas águas.
Fort., 23/08/2015.
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(*) EM TEMPO: O autor dos mal traçados do soneto não é abstêmio. Mas só toma socialmente, e com moderação. Como aquele coroinha que, só de vez em vez, finta do sacerdote uma golada de vinho.