Oferta
Se por acaso amor, meu doce anjo,
Olhares para o céu, para as estrelas,
Querendo-as enxergar – não puder vê-las
Não te admires deste desarranjo;
E quando desejares num arranjo
Ter lindas flores e ao for colhê-las,
Todas arrancadas percebê-las
Não te entristeças por este esbanjo;
É que neste momento de negrura
De estrelas sem céu, jardim sem flores,
Estou pensando em ti, nos teus amores;
E a ti, ó desejável criatura,
Oferto estrelas dos céus arrancadas
Oferto flores do chão desterradas!