- Pintrura ABRAÇO DAS ARTES, por Zé Poesia, o polivalente artista e crítico de artes Zé Augustho Marques (RS).



NO MUNDO DA LUA* [591]
 


Toda vez que versejo, me transporto,
embarco pelos astros d’alma nua,
perambulo no além, confins da lua,
porto no qual melhor meu jeito porto.
 

E no mundo lunar jamais me entorto,
pois, aqui, meu invólucro não sua;
não aturo ruindade muito crua
e, por isso, com rimas, dores corto.
 

Nestas plagas etéreas vou sorrindo,
penso tudo nos trinques e mais lindo
que na messe invejosa dos humanos.
 

Lunático, escalando o firmamento,
não me cerco das guerras do momento,
inda a todos de paz projeto planos.
 

Fort., 26/07/2015.
 
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(*) O título do soneto emprestará título homônimo a mais um livro de poemas que pretendo publicar. A rixa pacífica com a expressão «no mundo da lua» vem dos meus idos de ginasiano, quando, na 6ª série, caí na tolice de ir mostrar um soneto que fizera para certa professora de português, dela pedindo o parecer. Ao pegar a folha de ofício, mas sem fixar o texto, logo me o foi devolvendo e destampou da santa boquinha a seguinte frase: “- Eu tenho a impressão de que quem anda fazendo poesia vive no mundo da lua!” Pois a ela – a mestra era piauiense – dedico este NO MUNDO DA LUA. Sonetos e livro dedicados, sim, embora, ao longo de anos e anos, após ouvir a frase, ficasse eu sem me botar a rabiscar um verso, tanto me custou a observação da mestra de português. Declinar-lhe o nome? Penso que causaria cerimônia e constrangimento aos filhos e netos da dita-cuja.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 26/07/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5324150
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