EM SEGREDO
Duas da tarde. Bateram à porta,
Foi um mendigo qu’estava a mendigar,
E quase sempre ninguém s’importa;
Porém isto dá-me muito que pensar.
Sua vida vivida era mui morta,
Até me fazia pena ver sem lar,
(Vestia-se de miséria) com mui azar,
Em segredo dizia tudo se comporta.
Em desprezar, pois ele me dizia:
--- Por favor deem-me uma côdea de pão.
( Eu então lhe dei) E a esmola lhe crescia.
Ele continuava mesmo sem a habitação,
Estão o poeta hesitava; perguntava.
(como se chamava?) com o medo não me falava.
FERNANDO RODRIGO MARTINS
26/02/1986