Cotidiano
Todas as manhãs eu vou para a janela,
Para minhas pequenas asas esticar.
Meu canto afinar na brisa singela,
Das manhãs com sabor almíscar.
De cima observo essas singelas criaturas,
Como um gosto tedioso para repetições.
Indo e vindo como animadas caricaturas,
Com racionalidade reprimindo os corações.
Quando a tarde âmbar invade meus olhos,
Meu canto é triste por ânsia de liberdade,
Mas as criaturas acham que é tenacidade.
Nessa gaiola de sonhos os meus dias passo,
Sonhando poder minhas asas no céu esticar.
Mas isso é apenas o desabafo de um pássaro!