AS SIRENAS E O NAUTA

AS SIRENAS E O NAUTA

Qual alvas nuvens já quarando ao sol,

Veem-nas repousar sobre os abrolhos:

Virgens de vestes brancas; claros olhos...

Onde, no meio do oceano, o exíguo atol.

Na névoa a embarcação erra o farol.

Navega entre arrecifes, entre escolhos!

Segue rumo ao naufrágio e seus restolhos

À maneira d'um peixe preso ao anzol.

Fosse qual fosse ao nauta seu desfecho,

Ele não teme o mal que em si pressente,

Buscando amor ou morte, indiferente.

Suas vozes se calam n'esse trecho...

Não se sabe o que têm a dar, apenas

Recebem-no nos braços as sirenas.

Belo Horizonte - 31 05 2015