Arte poética
Caneta bate em surdos ecos brancos
Que já sangram insanos e inquietos.
Caneta bate nestes muros, vetos
Concretos se desfazem entre trancos.
Aqui se fura a pele e se despeja
O sangue aglutinado nesta tinta.
Aqui, planeja, pensa... pensa e pinta
Com a sanguínea tinta o que deseja.
O sangue livra o branco das tensões
De sua fúria cega para o inerte.
O sangue almeja mundos no furor
Deste intenso desejo de criações.
O sangue na caneta expele, inverte,
Reverte o branco e lhe converte em cor.