Soneto ao verso de Olavo Bilac.

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto

A via láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac.

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo"

Sei que ouves, o Céu está contigo.

Tens a Via Láctea como abrigo,

e as estrelas sendo o teu manto.

Os versos lapidastes, um encanto

Simplório como a riqueza do mendigo.

Eu tento te imitar e não consigo

embora me espelhe em teu talento.

Bilac, guardei teu nome, Olavo!

Desde pequeno uma batalha eu travo:

Te imitar na poesia, em cada verso.

Na escola os teus livros eu devorava,

Para, a ti ser igual e não avançava

mas continuo tentando ter progresso.

Josérobertodecastropalácio

Irmão Anselmo, no Maristas, nos botava para decorar e declamar poesias de Olavo Bilac e de Castro Alves. Que melhor declamasse ganhava pontos nas provas.

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 26/04/2015
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