DEVANEIO DE OUTONO

Tão logo nos chegam as flores de outono

Por sobre os tapetes de folhas no chão...

O sol se arrefece, algo tímido, tristonho

Onde as andorinhas já não fazem verão.

Sabiás- laranjeira soam no lusco fusco

Lá no horizonte que adormece altaneiro

E as maritacas gritantes ao mundo

Trituram a poesia em doce devaneio.

A brisa é a moldura do silente silêncio

Qual se a Natureza dormisse cansada

E o sonho de vida retorna no alento

Da festa vivida pela passarada.

As cores refletem seus tons passageiros

Sempre ao destino duma nova invernada.