O canto da sabiá


A cada manhã, em que com seu canto triste,
A sabiá assomava os beirais de minha janela,
Entoando, constrita, esta constante procela
A que me lancei e que há tempos persiste.


Nos acordes de seu cantar sempre soturno,
A lembrar-me que não voltarás ao aconchego
Que sentias em meus braços, a tirar-me o sossego,
Por tempo vivido, como ora vejo, mero turno.
 
Fazia-me lembrar de períodos de primaveras,
Em que te tive acolhida, realçada por flores,
Que ora feneceram, como simples quimeras.
 
Tempo em que éramos felizes, no entanto,
Em que jurávamos eternos nossos amores,
E que também findaram, como da sabiá o canto.



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Um sonho que foi sonhado
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Voo d´Alma
 
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/04/2015
Reeditado em 20/04/2016
Código do texto: T5214466
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