Soneto da Ingratidão

Soneto da Ingratidão

================ErdoBastos

Agora inútil, abandonado, estendido num fétido leito

Jaz quem ontem lutou tantas e tão renhidas batalhas

E que hoje ostenta apenas cicatrizes no já velho peito

Onde a lhe honrar os feitos, deveriam estar medalhas.

O antigo guerreiro que em tempos de paz foi esquecido

Quem primeiro deu seu sangue para escrever a história

Defendeu a sua gente sem esperar disso qualquer glória

E teve a maior, de ver no santo chão, o inimigo vencido

Anjo-Guerreiro formado em luta nas colunas de frente

Onde forma o mais bravo o mais heróico e mais valente

Não ficou seguro dos altos montes comandando legiões

Antes deu seu sangue, provou do aço por defender sua gente

Que vencida a luta não o diz herói, mas o deixa indigente

Tirando dele a espada, matando seus sonhos, suas ilusões