Primavera

Dolentes horas mortas! Sol a pique!

Primavera, rebentos mil, sem pressas.

As cores vestem árvores, possessas

rendido ao meu amor suplico: - Fique!

Na voz da primavera cabe um dique,

de morte ou nascimento de promessas.

Falas de coração e me confessas

que mudar é tão simples como um clique

Miro as árvores. Um lento mudar!

E não vão a lugar algum! Eu, porém,

podendo não vou. Algo me retém!

O amor é muito mais do que um vaivém

Viagens de estações sem se quedar,

é andar sem saber que vai ficar!

Antaco
Enviado por Antaco em 02/04/2015
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