Maria Du Bocagge

==============ErdoBastos

(Escrito em gênero feminino)

Este fogo interno, de maneira algo estranha

É presença sentida em minha alma toda

Qual rogo de inverno que a lareira assanha

É carência renhida que só acalma, se eu fôda...

É uma brasa que arde, antes de virar cinza

Que consome as noites a me queimar a entranha

E me arrasa, até tarde, em masturbante brisa

Dedo que me come, açoite a ralar a perseguida "aranha"

Mar em combustão, que vulcão abaixo, esvai e rola

Ao lençol de cetim queima, enquanto a vulva, arranha

O orgasmo na mão, a mansidão do facho, a manha...

Meu corpo se remexe, qual de uma boneca movida por mola

Descontrolado estertor que a vulva, sapeca e agradecida, apanha

O gozo que me aquece, me envermelha a vida e ameniza a sanha

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Acredite, se quiser...

Ando lendo poemas de Manuel Maria Barboza Du Bocagge,

poeta português (de ascendência francesa) famoso pela linguagem obscena e o humor dos poemas em que a utiliza, sempre lírica e não

raro em gênero inverso ao seu.

Fascinado pela leitura, deixei-me por ele inspirar, e transportado ao

universo da poesia dele, escrevi este soneto, pelo qual não desejo ser julgado.

hehehe

ErdoBastos