VILANIAS E PRISÕES

Ouço o cavalgar macio das luzes confusas

vindo do infinito escuro, horrendo, funesto.

Aprecio o gole amargo do som amoral, desonesto;

oriundo das psiques, das mentes más, difusas.

Vejo imagens desbotadas de corpos numa eclusa

gigante, separados do todo, do resto,

comendo gemidos da alma, bebendo o arresto

da súplica derradeira, pedindo escusa.

Presencio disputas gratuitas, bem desleais,

onde os troféus erguidos são frágeis, esguios,

macabros, fruto ácido do desamor, de vil ideais.

Testemunho um cotidiano sem provisões

animadoras, esperançosas, sobram desvios

de conduta e apologias às vilanias e prisões.

Fortaleza, 28 de março de 2015.