O PASSAPORTE
Nasci aqui no mundo tão cruel,
Andei pelos caminhos sempre à toa,
Depois cresci, e fiz-me na pessoa
Que no amor procurou o doce mel.
A vida transformei-a num papel,
Que navegou sozinho na canoa
Do tempo e da paixão, e a alma boa
Foi obrigada a andar num carrocel.
Mas coisas lindas nesta vida vi,
Que foram um fator de muita sorte
Durante o suave tempo que vivi.
E agora anseio só o passaporte
Do paraíso, já que estou aqui
Esperando somente pela morte.
Ângelo Augusto