NA ARAGEM FRIA
Na aragem fria, ao descampado,
paira meu coração, o sonhador,
sonha a alma de um apaixonado,
com a glória do espesso amor.
No campo que me vem sulcado,
pelas patas dos bois, do seu cultor,
o doce aroma do mato exalado,
me eleva a um poeta fingidor.
E neste sonho que sonho acordado,
de olhos abertos vejo-me vogando,
sobre a beleza do velho cerrado.
Eu quero, eu faço, vou acreditando,
sobre as gramíneas, como ser alado,
sem saber pra onde e quando.
(YEHORAM)