DELA

Eu moro na capital, ela no interior
do meu coração. Mando mensagens
via internet. Deposito imagens
do último encontro no face, no calor

que ela me deixou por dentro. Curto
o sorriso dela postado alhures,
cibernético. Ainda que me procures
virtual, serei bandido no furto

que engendrei para ter tua alma.
Astuto, serei ingênuo no desconforto
do silêncio, na espera da calma.

Viajo por ela. Busco por ela, a dona
de momentos, de equívocos, do porto
das naus dela. Dela, que me abandona.