ARREPIOS DA ALMA

Oh! Deus! Sinto o cheiro da relva; ouço a música silente

embalando os tímpanos da escuridão das trevas luminosas

da existência turbulenta da alma. Escuto o tilintar valente

dos sinos imersos nas calmarias indefinidas e pecaminosas.

Oh! Deus! Observo a pintura da biografia pincelada do ente

maltrapilho e rude, na moldura disforme, descorada, sinuosa,

dependurada na parede revolta do casario do inconsequente

da mente descompensada, desvairada, trivial e desvirtuosa.

Oh! Deus! Apalpo a rigidez da indecisão sentindo o aroma

alquebrado do desconhecido, percebendo no negrume

da poeira compacta do universo, mansidão, calma.

Oh! Deus! Curvo-me diante da luz generosa de Seu Axioma

Misericordioso, que me perdoe meu intermitente queixume,

que absolva essa psique por esses delírios e arrepios da alma.

PS: MAIS UMA POESIA SIMBOLISTA.