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- Pintura de Pino Daeni (Itália).  




À TUA ESPERA [545] 
 


Demais!... o teu silêncio me exaspera,
ao tempo que também o não exalto.
Como pedra que dói, aqui, no salto,
estou doendo, sim, à tua espera.
 

N’alma a portar a bomba de cobalto,
por te não ter notícias, ando fera;
e, saudoso de ti, dirás quimera,
contigo a te sonhar, até mais alto.
 

De novo, o teu silêncio vem-me e volta,
mas, em vez de lançar-me na revolta,
prazer, sem fim, me dá por esperar-te.
 

E te escondes, enfim, numa redoma?!
Sempre e sempre, a parcela desta soma:
a mulher que amarei em toda parte.
 

Fort., 26/11/2014
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 26/11/2014
Reeditado em 26/11/2014
Código do texto: T5049171
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