UIVOS DO SILÊNCIO
Nas profundezas da psique escuto vibração
tenebrosa, lamento macabro, mergulho
desequilibrado no oceano imenso do coração
despedaçado, carente, torpe de orgulho.
Sentimentos amordaçados, calefação
de vozes chorosas, lamentação, entulho
de saliva ardente, que produz uma sucessão
descabida de desejos tortos, bagulho.
Assim, choramos lágrimas ensanguentadas
de prazeres difusos, orquestradas, matiz
descolorida de molduras desbotadas.
Então o homem se corrói, clama por um suplício
são, ao mesmo tempo roga a Deus, Supremo Juiz,
Paz, sossego, mesmo entoando uivos do silêncio.
PS: MAIS UM SONETO "SIMBOLISTA".