O TEU CORPO
Quero beber o sangue numa taça
Como alimento vivo da alma forte
E sentir a loucura em tua morte,
Que me coloca em grande e vil desgraça.
Quero fazer-te o meu troféu de caça
E servir-me do corpo teu em sorte,
Que a dor intensa e dura me conforte
O negro odor da tua atroz carcaça!
E na carne vermelha tua, a fome
Voraz em um desejo de vampiro,
Somente mais te suga e mais te come...
Porque no sangue teu, de dor suspiro,
E na podre atração da mente some
O horror do sentimento que respiro.
Ângelo Augusto