"SONETO DO DESENGANO" (Lílian Maial )
Jurei, mil vezes, que nunca eu amaria,
E novamente esse brilho me cegou.
Na madrugada, outra lua antecipou,
O amanhecer que essa aurora me traria.
Tão decidida, inocente, eu não sabia,
Todo o lamento que o amor me reservou:
Dias de céu, que o poeta declamou,
Noites de breu, que a tristeza choraria.
Como semente, que explode a vida em cores,
Guardei nos sonhos a cura dessas dores,
Pra germinar pela luz dos olhos teus.
Carrego pouca ilusão de estrela-guia,
Que aquele olhar, que me enchia de alegria,
É o mesmo olhar, que me embaça e diz adeus.