Visceral

Há uma fome que engole

O gosto de carne rasgada

Por todo o corpo se bole

A pele na outra esmagada.

O fogo que arde, entranha.

Cio que se promulga, grito.

Vontade que a tez arranha

Suor e perfume em atrito.

Há um lacre que é violado

O movimento sem sossego

Um tanto animal, labrego.

Um ir e vir e estar deitado.

Um galopar que esbraseia

Escorre da alma e da veia.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 02/10/2014
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