“SEM MARCAS”
Não ficarão, na terra, os meus rastros,
Pois, o tempo apaga da areia as pegadas.
Serei levado sem velas e sem mastros
Para as terras de nada habitadas.
Banhado com unguento de alabastros,
Coberto de flores com lágrimas regadas,
Na moldura, imagem de riscos abstratos
Que a vida deu suas ultimas pinceladas.
Postas minhas mãos, juntados meus pés,
Agora, a minha epitimia é pelo grés
E na pedra em considerável fundura
O artífice cava esquadrando a medida,
Depois de jogada no fundo a carne fedida,
Tapa o povo, com terra, a minha sepultura.