“SEM MARCAS”

Não ficarão, na terra, os meus rastros,

Pois, o tempo apaga da areia as pegadas.

Serei levado sem velas e sem mastros

Para as terras de nada habitadas.

Banhado com unguento de alabastros,

Coberto de flores com lágrimas regadas,

Na moldura, imagem de riscos abstratos

Que a vida deu suas ultimas pinceladas.

Postas minhas mãos, juntados meus pés,

Agora, a minha epitimia é pelo grés

E na pedra em considerável fundura

O artífice cava esquadrando a medida,

Depois de jogada no fundo a carne fedida,

Tapa o povo, com terra, a minha sepultura.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 23/09/2014
Código do texto: T4972836
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