“SOLENE”

Meus cabelos soprados pela ventania

Não cobrem do crânio os destroços,

O esqueleto branco em total letargia

É hoje, o que um dia serão os vossos.

Não achem graça dos meus ossos,

Não sintam pela carne que os cobria,

Não tenham, pois, disto remorsos,

Pois, serão assim também um dia:

Esticados dentro duma caixa sepulcral,

Acompanhados pela arquiteta cemiterial

Apesar de terem dela um medo infrene...

Receberão dos amigos muita visita,

Flores, lágrimas e uma oração bendita,

E logo lhes farão um cortejo solene.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 08/09/2014
Código do texto: T4954693
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