“SOLENE”
Meus cabelos soprados pela ventania
Não cobrem do crânio os destroços,
O esqueleto branco em total letargia
É hoje, o que um dia serão os vossos.
Não achem graça dos meus ossos,
Não sintam pela carne que os cobria,
Não tenham, pois, disto remorsos,
Pois, serão assim também um dia:
Esticados dentro duma caixa sepulcral,
Acompanhados pela arquiteta cemiterial
Apesar de terem dela um medo infrene...
Receberão dos amigos muita visita,
Flores, lágrimas e uma oração bendita,
E logo lhes farão um cortejo solene.